Tatiana Schmidt
Luana Saggioro
Gisele Litério
A gravura da Gisele Litério Cáceres, “entre-corpos
Nei Franklin
Entrevista a seguir, concedida pelo artista Nei Franclin, na ocasião da mostra realizada na Galeria 13 do Unicentro Belas Artes de São Paulo. Falando-nos sobre o seu processo de criação e os pensamentos norteadores dos desenhos, intitulado “Certa manhã acordei de sonos intranquilos", executados a partir da leitura do livro A Metamorfose de Franz Kafka
por Makoto Habu
Você poderia falar um pouco mais sobre o processo que se deu na criação destes desenhos?
No começo de janeiro deste ano reli A Metamorfose de Kafka. A primeira vez tinha uns dezesseis anos e já de cara fiquei impressionado com aquilo, nesta segunda a coisa foi mais pesada porque descobri que estar no mundo adulto é uma das piores coisas da vida e uma das melhores é poder desenhar o que vier à cabeça. Neste caso e sob influencia da leitura arrisquei uns traços com a intenção de transferi-los para a gravura em metal, especificamente a ponta seca. Em principio sabia que o desenho no caderno não seria o mesmo da gravura, até porque acabara de iniciar o semestre e tinha orientação do prof. Paulo Pena que me alertava para as surpresas da gravura, o que foi muito bom. Nesse sentido os elementos referenciais foram variando e os desenhos no caderno também. O desenho/caderno sofre uma metamorfose quando passo a utilizá-lo para anotações das outras linguagens e começo a pensar e “vê-los”, os desenhos, como objetos tridimensionais...
Estas imagens são ilustrações da sua imaginação ou ela surgiu a partir do contato com o material, digo, a caneta sobre o papel?
Ambos, porque nesse momento me forço trabalhar com duas matérias: a memória (da leitura) e os materiais. A caneta e o papel me ajudam a extrair a imagem... Invento pouca coisa, a maior parte retiro dos livros que leio, dos filmes que assisto e das pessoas e coisas que observo.
Que qualidades você enxerga no desenho e o ato de desenhar como instrumento/pensamento artístico?
Minhas referencias pra lidar com a invenção das coisas no mundo da arte, basicamente iniciam-se no mundo onde encontro as coisas que poderiam ser representadas, ou seja, (transformar uma coisa em outra coisa) um desenho é a representação daquilo que vi no mundo real ou uma imagem que se fixou na minha memória de maneiras variadas. Um livro que li e gostei, naturalmente deixa de ser um livro e passa a ser uma coisa que faz parte da minha história e pode influenciar em determinadas situações e escolhas de que material empregar para realizar um desenho... É uma escolha racional, portanto, se opto em fazer uma gravura a partir de um desenho é porque o considero um bom desenho, e se esse desenho surge a partir de uma leitura, melhor ainda e é aí que se dá o movimento do pensamento e a importância do desenho não diminui. De modo que a memória é determinante nesse processo de construção a partir das experiências que vou vivendo.
Interesso-me tanto pela beleza da forma quanto pelo que está ausente em um desenho... Escrevo isso porque recentemente precisei editar uma placa de bronze ou latão pra gravura e não consegui me desfazer dela, ainda...
Davi Flores
“Sem título”
por Rafael Piovani
Segundo o artista Davi Flores, a obra “ Sem título” (uma caixa pintada de preto com a palavra “brasileira” aparecendo) tem a intenção de, através da ação de cobrir todo o espaço da caixa e escolher a permanência da palavra “brasileira”, criar uma poesia que, nas palavras do artista seria “... organização de letras para a formação de palavras dentro de um universo poético)...”. Um poema que se forma na junção destas ações ( a pintura e a escolha da palavra).
O artista procura, acima de tudo, trabalhar “... tendo a força da cor-pigmento como auxiliar e coadjuvante desse processo.”, ou seja; a pintura não se coloca sozinha nem na frente da obra; ela, na verdade, é um caminho para se chegar à outro tipo de expressão artística: a questão da poesia e da palavra criados através do objeto artístico.
Contudo, o trabalho é muito forte no âmbito plástico também, se apresentando como uma pintura- objeto (tridimensional) e não apenas utilizando a cor na bi-dimensionalidade. Com isso , a força do trabalho não se resume apenas a palavra exposta no objeto, mas também existe na totalidade daquele objeto como um corpo que ocupa um lugar no espaço de diversas maneiras: no âmbito poético, da palavra; da matéria física(tridimensionalidade), e no âmbito pictórico.
Danilo Pêra
por Fernanda Rodrigues
Carolina Paes
Carlos Gonçalves
por Denise Palmieri
Bárbara de Azevedo
Gustavo Ferro / Silvio de Camillis
mais de Gustavo Ferro:
http://gustavoferrobeco.blogspot.com/